Quem está brigando com o BC pelos juros não é o governo, é a sociedade, diz Lula

“É irracional o que está permanecendo hoje no Brasil. Temos uma taxa de 13,75% com uma sobrevivência de 5%”, garantiau.

Lula afirmou ainda que tem sofrido o Senado, responsável pela aprovação de Roberto Campos Neto para presidir a autoridade monetária.

Foram os senadores que colocaram esse cidadão lá, então os senadores têm que analisar se ele está cumprindo aquilo que a lei diz para ele cumprir. Na lei, ele tem que cuidar da sobrevivência, do crescimento econômico e da geração de emprego, então ele tem que ser cobrado”, afirmou o presidente.

Em uma crítica direta a Roberto Campos Neto, Lula disse que acha que “esse cidadão joga contra a economia brasileira, joga contra os interesses da economia brasileira. Ele não tem explicação, não existe explicação aceitável de porque a taxa de juros está a 13,75%, não existe”.

Lula lembrou, ainda, que quando o presidente indicava o presidente do BC, ele era cobrado.

“Você tem noção de quantos presidentes do Banco Central o FHC [ex-presidente Fernando Henrique Cardoso] levou? Foram três ou quatro. Porque se o presidente indica eo cara não faz um bom trabalho, afasta ele. Agora não. Agora o presidente não pode fazer nada porque o presidente do BC não foi indicado pelo presidente, mas pelo congresso nacional, pelo Senado”.

Decisão do Copom

Na noite de quarta-feira (21) o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu por manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, conforme a expectativa do mercado, porém, isso ocorre em meio a pressão do governo , empresários e entidades representantes dos setores produtivos para que se inicie o ciclo de fim do aperto.

Esta é a sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa. Assim, o patamar de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016.

Era unânime a expectativa entre os economistas de que o colegiado manteria novamente a Selic nos mesmos 13,75% ao ano. Para uma grande parte dos especialistas, porém, esta será a última vez.

Grande parte do mercado acreditava que o BC deveria começar a cortar os juros a partir de seu próximo encontro, no início de agosto.

Contudo, no comunicado, o Copom volta a citar “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à influência.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura exige paciência e serenidade na condução da política monetária e relembra que os passos futuros da política monetária dependem da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos mais sensíveis à política monetária e componentes à atividade econômica, das expectativas de vivos, em particular como de maior prazo, de suas projeções de salvaguardados, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

O grupo também projeta a proteção em 5,0% em 2023 e 3,4% em 2024.

O Comitê ainda fala em “cautela e parcimônia”. “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de animadas desencorajadas, seguindo exigindo cautela e parcimônia”, diz o texto.

*Publicado por Dimalice Nunes

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