Primeiro debate para prefeito de SP terá debate entre estreantes e um veterano

A dois meses das eleições municipais, a disputa pela Prefeitura de São Paulo terá seu primeiro debate entre os candidatos nesta quinta-feira (8).

Dos cinco nomes que vão participar da discussão na disputa do Executivo paulistano, apenas um não vai debater pela primeira vez: o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Ele já participou de debates duas vezes: uma delas foi em 2018, quando concorreu à presidência da República, e em 2020, na última eleição para a disputa da prefeitura paulistana.

A condição de veterano, contudo, não indica necessariamente uma vantagem para o candidato do PSOL, segundo o consultor de marketing político Marcelo Vitorino.

“Um candidato veterano pode menosprezar o preparo ao debate, ter vínculos estabelecidos, e ter um passado para ser explorado e uma fala mal colocada será menos perdoada do que quando colocado por um estreante”, disse. “Um candidato experiente pode ter seu passado. Um inexperiente pode temer o futuro”.

Por outro lado, os candidatos inexperientes tendem a cometer mais erros como estourar o tempo para responder perguntas, não abordar assuntos da melhor forma e responder a ataques, na avaliação de Vitorino.

Estreantes

Os outros quatro participantes – o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o jornalista José Luiz Datena (PSDB), o técnico Pablo Marçal (PRTB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) – estreiam na disputa como “novatos”.

Apesar do atual prefeito, Nunes foi eleito como vice de Bruno Covas (PSDB) em 2020; Covas faleceu em 2021. Nunes, então, não chegou a participar de debates para a chefia do Executivo.

Datena vai participar pela primeira vez de uma eleição e a deputada Tabata Amaral, já veterana no Legislativo, nunca houve disputado um cargo do Executivo. Marçal, por sua vez, tentou concorrer à eleição presidencial em 2022, mas teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ficou fora da disputa.

Repercussão e estratégias

Para Cila Schulman, CEO do Ideia Instituto de Pesquisa, a melhor estratégia para ser utilizada em debates seria usar o evento para se comunicar com os participantes.

“Você vai ter muitos candidatos que flutuaram entre um candidato, e então você precisa estudar bem qual é o posicionamento que essas eleições esperam”, diz. Contudo, Schulman acredita que o debate não deve interferir na intenção de voto.

“A não ser que aconteça aquelas coisas de debate em que tem um grande acontecimento, uma gafe muito grande, não deve mexer no atual quadro eleitoral de intenção de votos“, opina. “Todos os candidatos têm a tarefa de se apresentar ao eleitor paulistano”.

A empresária também entende que a comunicação com o eleitorado deve ser levada às redes sociais, assim como os eventuais acontecimentos no debate.

Já para Vitorino, a maior parte das campanhas não dedica atenção à distribuição de conteúdo nas redes — e seus desdobramentos podem durar dias. “Uma fala muito boa ou muito ruim pode ‘viralizar’. Contudo, também é preciso pensar em como distribuir esse conteúdo”, julgou ele.

Além disso, alguns pontos devem ser levados em consideração pelos participantes, sejam eles novos ou veteranos:

  • Boa retórica
  • Inteligência emocional
  • Criar conexão com os participantes
  • Organizar as ideias e apresentá-las dentro do tempo determinado

“Debates não são vencidos por propostas, mas geralmente por quem tem uma boa retórica, inteligência emocional e entende que a ideia é criar conexão com quem observa”, explica o especialista, que também adiciona à estratégia um bom estudo sobre os adversários.

Por que o debate só vai ter 5 candidatos?

Apesar da disputa pela Prefeitura de São Paulo contar com dez candidatos, apenas cinco vão participar.

Isso acontece porque as regras do debate exigem que os participantes tenham de ser filiados a partidos com pelo menos cinco representantes participantes no Congresso.

Além das classificações de representação parlamentar, outro fator a se levar em conta é a “análise jornalística de relevância editorial”, conforme explicado a TV Bandeirantes, responsável pelo evento.

Isso permite que Marçal (PRTB), por exemplo, seja incluído, mesmo que o seu partido não conte hoje com nenhum assento na Câmara nem no Senado.

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