Nova regra eleitoral provocada por exclusão de opositores na Venezuela

Vários líderes da oposição venezuelana rejeitaram uma nova resolução do Conselho Nacional Eleitoral. A regra estabelece que os messários devem ser registrados no mesmo centro de votação onde realizarão essa função. Trata-se de uma norma não prevista na lei do sufrágio.

A medida publicada no Diário Oficial da Venezuela em 20 de junho, um pouco mais de um mês das eleições, diz: “Para ser mesário é preciso ser eleitor, saber ler e escrever, e não ser funcionário do Conselho Nacional Eleitoral, nem agente de Inscrição ou atualização de dados do Registro Eleitoral. Os mesas deverão ser registrados no centro de votação onde estiver localizada a respectiva mesa eleitoral”.

O jornalista especializado em assuntos eleitorais e diretor da ONG Votoscopio, Eugenio Martínez, explicou que, de acordo com o cronograma eleitoral, a credenciação dos meses para as eleições presidenciais de 28 de julho chegará em 28 de junho e se estenderá até alguns dias antes da instalação das mesas.

A CNN Tentei contato com a equipe de imprensa do candidato da Mesa da Unidade Democrática, Edmundo González Urrutia, para conhecer sua ocorrência à nova medida, mas até o momento não recebi resposta. Da mesma forma, a equipe da fundadora do movimento político Vente Venezuela, María Corina Machado, também não respondeu.

Henrique Capriles, líder do Primero Justicia, afirmou que com este novo regulamento fica claro que “o madurismo está em modo desespero e vai continuar colocando obstáculos”. O ex-candidato presidencial acrescentou que diante dessas ações a resposta será “mais informação, mais motivação e organização, mais participação”. Ele considera que diante daquelas “barreiras”, é necessário que milhões votem e reiterou o seu apelo para apoiar a candidatura do ex-embaixador Edmundo González Urrutia.

Também da mesma aliança opositora, a presidente do partido Encuentro Ciudadano, Delsa Solórzano, garantiu que não há nada a temer nem do que se preocupa. Solórzano, que trabalha de perto com María Corina Machado na candidatura de González, afirmou que desde o início foi instruído que os messários participavam no mesmo centro de votação onde estão registados para votar.

Para o ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral – e agora líder opositor – Andrés Caleca, a resolução do CNE é “uma limitações absolutamente irracional que dificulta, na prática, a transparência do processo e que nunca tinha sido imposta em toda a história eleitoral do país”. Na sua opinião, eles querem manipular e distorcer a vontade de mudança da “imensa maioria do corpo eleitoral da nação”. Ele considera que está nas mãos dos cidadãos o que é necessário para superar “este novo obstáculo” sob a liderança da oposição.

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