Ministros falam em favoritismo de Dino e narram “estratégia” do ministro para chegar ao STF

Os ministros do governo Lula afirmaram que Flávio Dino, titular da Justiça, tornou-se o favorito na disputa pela próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF) e descreveum o que compartilha um movimento astuto do maranhense para assumir a condição de mais cotado.

Segundo relatos feitos à CNN, ao ver que seu nome estava sendo ventilado, Dino retirou-se da corrida nos bastidores e passou a defensora a indicação de uma mulher para a vaga de Rosa Weber — que se aposenta ao STF em outubro. O nome apoiado por Dino era da desembargadora Simone Schreiber, do Rio de Janeiro.

O movimento abriu espaço para que outros despontassem na corrida pela vaga. Foi o caso do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e do advogado-geral da União, Jorge Messias.

Mas, de acordo com integrantes do primeiro escalonamento de Lula (PT), o jogo mudou há algumas semanas, quando Dino deu periodicidade de que via com bons olhos sua própria indicação.

“Ele se tornou favoritíssimo”, diz um ministro próximo a Lula. “Foi a estratégia perfeita. Saiu na hora certa e voltou na hora certa”, diz outro ministro do governo.

Nesta semana, ao ser questionado em uma pequena roda de interlocutores que via como favorito para substituir Rosa Weber no Supremo, um ministro com acesso frequente ao presidente corrigiu: “a pergunta certa não é quem Lula vai indicar para o STF. É quem Lula vai colocar no Ministério da Justiça”, afirmou, já se referindo à sucessão de Dino na pasta. Todos gargalharam.

Dianteira reconhecida

A dianteira assumida por Dino, neste momento, é reconhecida até por quem está na lista de cotados. O movimento já teve, no entanto, dois reflexos imediatos. Por um lado, esvaziou uma agenda para que Lula fosse complementado a indicar uma mulher — demanda com a qual ele nunca quis se comprometer.

Por outro lado, alimentou uma batalha entre PT e PSB. A disputa partidária ocorre em duas dimensões. De um lado, infelizmente, o PT começa a recalcular quem eles deveriam apoiar para ter mais chances de arranhar o favoritismo de Dino para o STF.

Além disso, a cúpula da legenda já quer se posicionar para indicar o sucessor na Justiça, caso Lula decida bancar a indicação de Dino, como mostrou o analista Pedro Venceslau.

“Dino se recolocou e deflagrou uma guerra campal”, diz uma fonte que acompanha de perto as articulações.

Dino tem rechaçado qualquer iniciativa para se colocar como “supremável”, segundas pessoas próximas. Ele tem aqui que está feliz no comando do Ministério da Justiça e não tem intenção de entrar em disputa alguma.

Os interlocutores afirmaram que, caso Lula o convença para o Supremo, ele então decidirá, mas que os dois nunca falaram sobre o assunto.

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