Israel é atacado por foguetes do Hamas: o que sabemos sobre conflito

Israel foi bombardeado por cerca de 2.200 foguetes em um ataque surpresa coordenado por grupo militante palestino Hamas neste sábado (7). Ao menos 22 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.

De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), o ataque partiu da Faixa de Gaza. Mais cedo, o comandante militar do Hamas, Muhammad Al-Deifdivulgou uma mensagem gravada anunciando a operação “Tempestade Al-Aqsa”, onde diz que o grupo militante palestino “alvejou as posições inimigas, aeroportos e posições militares [de Israel]”com milhares de foguetes.

Hamas declara guerra contra Israel: “Se você tem uma arma, é hora de usá-la”

  • Muhammad Al-Deif convocou um levante geral contra Israel em mensagem gravada neste sábado e declarou: “Se você [Israel] tem uma arma, use-a. Esta é a hora de usá-la – saia com trânsitos, carros, machados. Hoje começa a melhor e mais honrosa história”.
  • O chefe do grupo palestino disse que o ataque a Israel foi uma resposta aos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco de Gaza.
  • Al-Deif apelou aos povos árabes e islâmicos para que vissem à “libertação de al-Aqsa”, a mesquita em Jerusalém.

“Estamos em guerra”, diz o primeiro-ministro israelense

  • O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está “em guerra” após o ataque surpresa do Hamas na manhã deste sábado.
  • “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra”, enfatizou Netanyahu numa mensagem de vídeo.
  • O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, sustentou a posição do primeiro-ministro e afirmou que Israel “vencerá esta guerra” contra os militantes palestinos.
  • “O Hamas cometeu um grave erro esta manhã e lançou uma guerra contra o Estado de Israel. As tropas do IDE estão lutando contra o inimigo em todos os locais. Apelo a todos os cidadãos de Israel para que sigam as instruções de segurança. O Estado de Israel vencerá esta guerra”.

Leia na íntegra o discurso de Benjamin Netanyahu

  • “Cidadãos de Israel, estamos em guerra, não numa operação ou em rondas, mas em guerra. Esta manhã, o Hamas lançou um ataque surpresa assassino contra o Estado de Israel e seus cidadãos. Estamos nisto desde as primeiras horas da manhã. Convoquei os chefes do sistema de segurança e ordenei – em primeiro lugar – a evacuação das comunidades que foram infiltradas por terroristas. Isso está sendo feito atualmente. Ao mesmo tempo, ordenamos uma ampla mobilização de reservas e que respondemos ao ataque de uma maneira que o inimigo não conhecia. O inimigo pagará um preço sem precedentes. Enquanto isso, apelo aos cidadãos de Israel para que cumpram as diretrizes das Forças de Defesa de Israel e do Comando da Frente Interna. Estamos em guerra e vamos vencer.”

Mais de 2.000 foguetes do Hamas foram lançados contra Israel, dizem autoridades

  • O FDI informou que cerca de 2.200 foguetes foram lançados de Gaza contra Israel. O número contradiz a quantidade divulgada anteriormente pelo Hamas, que disse ter disparado 5.000 foguetes.
  • O almirante Daniel Hagari, porta-voz do IDE, ressaltou que os militares fortaleceriam a região sul do país e as comunidades ao redor de Gaza.
  • “Muitos soldados das Forças de Defesa de Israel, incluindo equipes especiais, foram enviados para a área ao redor da Faixa de Gaza e estão operando a fim de proteger os residentes do sul de Israel”, reiterou Hagari.

Polícia israelense fecha entradas em Jerusalém para palestinos

  • Após o ataque deste sábado, a polícia israelense proibiu palestinos de cruzar os postos de controle da Cisjordânia para Jerusalém. Os palestinos criticaram a decisão e disseram que tais restrições à sua liberdade de circulação são humilhantes.
  • Israel, por sua vez, pondera que a medida é uma ferramenta importante para combater incursões militantes e ataques terroristas.

Ataque coincide com 50º aniversário da Guerra do Yom Kippur

  • O ataque do grupo militante palestino contra Israel coincide com o 50º aniversário da Guerra de 1973, um ataque dos vizinhos árabes de Israel que começou em 6 de outubro daquele ano.
  • Israel chama este combate de Guerra do Yom Kippur, já que o bombardeio começou no Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico. Em algumas partes do mundo árabe, o conflito é conhecido como Guerra de 6 de Outubro e é considerado uma vitória.
  • A guerra começou com o envio de tropas do Egito e da Síria na esperança de recuperar o território das Colinas da Golã e da Península do Sinai, anteriormente tomado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967.
  • Arábia, Kuwait, Líbia, Argélia, Tunísia, Sudão Saudita, Marrocos e Jordânia ajudaram o Egito e a Síria com tropas, ajuda financeira e armas. A União Soviética apresentou suprimentos para os combatentes árabes, enquanto os Estados Unidos enviaram ajuda para Israel.
  • A guerra terminou com as tropas israelenses se aproximando de Damasco, capital da Síria, e com todo o exército cercado.

(Publicado por Lucas Schroeder, da CNN, em São Paulo)

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